the ones we met

black-and-white-city-crosswalk-842339

This piece is very much about people. We come across so many of them in the course of our life; a University boy whom we never once talked to, the lady at the bakery shop whom we exchange ‘good mornings’ with whenever we pop in, your neighbour’s cleaner, your friend’s mother, the friend of your friend, our staff, bosses and coworkers. Best friends, acquaintances, the guy who always holds the door for you and the one who brings you coffee. The girl with the ponytail in the back of the class and the one whose hair we’ve never seen. People we once met and never saw again. People we wished we could be friends with, but it doesn’t quite work like that when it’s your husband’s ex wife. People we like straight away and those we grow to like, slowly and steady.

The ones we invite over to dinner and those we sometimes meet in a restaurant for a quick lunch. Friends we like to call friends. People we share with and take from, equally and fairly.

People we never spoke to but wanted to, if only we had the guts. The ones who try hard to be our friends and keep failing at it. People who said some things we didn’t want to hear and those who said nothing, but smiled at us across the room. People whose smell we liked and whose voice we liked; those we wanted to have around. The ones we wish we’d never met. The ones who broke us and took something from us. Those who left us shattered on the ground and those who were there to pick us right up again. The ones who said ‘start over’ and those who said ‘I’ll start with you.’

People whom we didn’t understand and never got through to us until one day, years later, we remember them and it all makes sense. We never get to see them again, life keeps moving and the clock keeps ticking against our will. We continue on the road of life with the certainty that we are remembered and that we have left something behind; that we have been the person who picked them up or brought them coffee; that every time we think of them, they stop for a moment, and remember us.

bye bye

ride away

O ir embora.

Estava pensando sobre o fenomeno dos grupos do WhatsApp. Todo mundo já pensou em sair de algum grupo, mas SUPER indelicado esse negócio de ‘Patrícia left the group.’ A primeira vez que vi que alguém tinha saído de um grupo pensei ‘corajoso pra caramba, admiro’. A saída de um grupo do WhatsApp é a maior exposicao da atualidade. Até acho que o cidadao que criou o WhatsApp fez isso propositadamente, só pra causar polemica e mais assunto nos grupinhos.
Mas enfim. Conversa vai, conversa vem comigo mesma, lembrei do dia que fui demitida.

Eu tinha 21 anos e trabalhava como vendedora numa loja chiquérrima em Londres. Meu salário era bom, mas a comissao era ótima. Estava há 3 meses trabalhando e nao havia atingido a meta diária no terceiro mes. A meta diára de £1000. Tá. Uma bolsa custava £5000, entao tecnicamente, eu só precisaria vender uma alca da bolsa pra fechar a meta do dia. Uma mera alca da bolsa cafona de couro de cobra, para qualquer titia milionária que entrasse na loja e me pedisse uma taca de champagne enquanto deslizava os dedos com ar de indiferenca pelas roupas. Amiga. Voce é feia. Essa bolsa é feia. Ou seja, nada te salvará e eu nao vou ficar aqui vendo voce entrar e sair do provador implorando para que eu te diga o quao beautiful voce ficou com esse vestidinho de seda, metade onca, metade listras, com um toque de renda, assinado e blindado. Nao tenho estrutura fútil pra isso.

E o pior: brigar por cliente. Só quem trabalha em loja de rico e depende de comissao vai entender o que é brigar por um cliente. É mais cafona que a bendita bolsa de couro de cobra.
Aí voce se ve passando por tudo isso e ainda sendo obrigada a ir trabalhar de salto e batom vermelho – super a favor do vermelhinho desde que nao venha junto com aparelho fixo, vai explicar isso pra gerente?!
Na conversa de demissao, me perguntaram se eu gostaria de me defender e apelar – oi? – e com o nó na garganta da rejeicao, ‘no’ and ok, bye bye.

No dia, um acontecimento desses abala os colegas de trabalho. E talvez até no dia seguinte. Mas aí a vida segue. Outras bolsas de quinta virao, outras madames solicitarao suas tacas de champagne, e outras meninas chegarao para trabalhar de batom vermelho, lutando por uma venda, e diluindo aos poucos o seu senso de verdade.

friday 13th

naked cake

Sei lá. Acho que eu mereco.

Na última sexta-feira 13 foi meu aniversário. Eu também nasci numa sexta-feira 13, mas isso é outra história.
Pensei em escrever uma lista de 28 coisas que aprendi até hoje, mas achei melhor guardar para os 30. Ah, entao vou escrever sobre as 28 coisas que ainda quero fazer. Nao vai dar, 28 é pouco. Uma lista de…28 melhores momentos da vida? Ou 28 pessoas que tem muita importancia? Vinte e oito músicas, 28 livros, 28 lugares. Vou escrever os 28 arrependimentos. Ou nao.

Adoro uma lista. Se tem uma coisa que eu gosto de fazer, é lista. Sou daquelas que faz lista das pessoas que vai convidar para o chá de bebe, mas nao faz o chá de bebe.
Escrevendo isso e tentando me segurar para nao fazer lista nesse post. Tenho que aprender a me controlar.

Tenho que entender que ser impulsiva nao é tao cool quanto eu imaginava aos 18 anos. Tenho que arrumar um tempo pra fazer as unhas. Tenho que parar de deixar tudo pra amanha, pra depois, pra um dia. Tenho que telefonar mais para as minhas amigas. Tenho que comprar a banqueta da minha penteadeira. Tenho que julgar menos. Tenho que me julgar menos.
Tenho que ser menos perfeccionista. Ah, nao. Até porque, jamais teria conseguido fazer esse bolo da foto se nao tivesse ficado mais de tres horas na cozinha.

Tenho amor. Tenho a bunda virada pra lua. Tenho a sorte de descobrir que estou grávida do nosso segundo filho no dia do meu aniversário. Beijos pra sexta-feira 13.

paris

foto romantica Paris

Amenizando o impacto da história com uma foto romantica que fiz lá.

No meu segundo ano de Literatura inglesa em Londres,  comecei a me interessar por alguns críticos literários Franceses enquanto também fazia aulas de frances e tirava a melhor nota da classe – porque rapidamente saquei as semelhancas com o portugues (SUPER vale a pena ser estrangeiro nessas horas). Foi quando minha prima Catharina veio passar uns meses lá em casa e jogou na minha cara que era vergonhoso estar na  Inglaterra ha nove anos e nao ter viajado pra Paris.
Resolvemos essa questao com £120 cada uma e duas horas dentro de um trem.

Poderia dizer que lembro com carinho dos dois dias que ficamos passando fome em Paris, mas isso seria ridículo. Gente, ir pra Paris quebrado nao é legal. Anota aí que eu NAO aconselho viagem budget pra Paris e que croissant de supermercado, mesmo em Paris, é daqueles molengos e nao tem o crec-crec.

Friozinho tranquilo de -4.
Chique passear em Paris no frio. Nao é isso que o povo fala? Frio é chique. A gente se veste bem no frio. FAZ ME RIR.

Prestes a voltar para o hotel, arrumar a mochila e correr pra pegar o trem de volta pra Londres ‘vamos dar uma passadinha pra ver o Torre Eiffel a noite, deve ser linda.’
Uma passadinha e um crepe de Nutella feito de coracao para os turistas e de volta pro hotel JÁ. Pegamos um trem que iria da Torre Eiffel direto para estacao  ‘Quint des inferns’ onde encontrava-se o nosso hotel.
Dentro do trem as 7pm, vagao nao muito cheio, aproveitando o calorzinho lá de dentro, nos duas sentadas e comportadas.
Entra um cara na próxima estacao. Normal. Alto, boa aparencia. Senta ao nosso lado com o corredor nos separando. O trem comeca a andar novamente. Nos duas, quietinhas, ainda nos recuperando do frio. Eu resolvo olhar para onde ele estava sentado. E aí olho de novo. PORQUE NAO PODE SER. To alucinada. O frio congelou meu nervo óptico.
Mas nao. Olhei pela terceira vez e lá estava o amigo com o pirulito pra fora fazendo isso aí que voce pensou.

Concluo que posso nao ter degustado macarons em Paris, mas uma história dessas vale pela Ladurée inteira (ou pelo menos metade).

mama bear

Raiva das famosas - Sandy - que só mostram a mao do bebe.

Dando uma de Sandy e só mostrando a maozinha.

Eduardo me falou que estou com a síndrome da mamae ursa.

No primeiro momento achei lindo. Que mae nao gostaria de ser reconhecida como uma mae acolhedora e protetora? Até que identifiquei a palavra ‘síndrome’ e o fato dele estar dizendo que estou com algum tipo super moderno de doenca mental.

Tenho um pequeno surto ao pensar no dia que terei que dar uma papinha Nestlé para o meu bebe. E semana passada, eu tive a delicadeza de sacar um cotonete da bolsa no meio do restaurante e limpar o nariz do meu filho lá mesmo, porque, SURTO DECLARADO ao pensar nele sendo visto com o nariz sujo.

Aí comecei a pensar, e depois de uma recapitulada dos últimos 7 meses, cheguei as seguintes conclusoes:
a) Eu nao sou mamae ursa.
b) Meu marido tem razao.

E assim entendi que estou constantemente me defendendo e depois caindo na real.
A maternidade me introduziu a um sentimento que todas fontes de astrologia tinham tentando me avisar ‘Mae escorpiana é totalmente protetora’ e eu lia e pensava que NADA A VER. Vou ser daquelas maes super cool; desencanada, aquelas lindas, leves, maternando sem neuras.
Gente. Nao sou nada cool.

Sou daquelas que acha que SÓ EU NO MUNDO sei trocar uma fralda – e dar banho, e fazer e dar a comida, e preparar mamadeira, e pentear o cabelinho, e amassar a fruta, e lavar as roupinhas, passar, guardar, comprar. É um simples fato, que só eu sei montar os melhores looks (mao suando em pensar nele saindo com roupa feia por aí).

Eu nao sou mamae ursa.
Eu sou a louca do cotonete.

the day we said ‘no’

Outro dia fui em uma loja de brinquedos, aquela com o nome metade em portugues, metade em ingles que diz algo sobre ser muito feliz. Gastei R$ 457,00 em dois ítens para o meu filho: uma cadeira de alimentacao e uma banheira. Vai lá ter filho, vai.

Depois de dois dias, notei que haviam descontado o valor da compra duas vezes e entao, voltamos, eu e meu marido, a loja. Eu, tensa, porque é impressao minha ou tudo nesse país é uma enrolacao MOR?
Após explicar a situacao ao gerente e mostrar o extrato da conta, ele checou o sistema e nos disse que: ‘nao, nao foi descontado duas vezes’. Respira.
Amigo, estou te mostrando o extrato da conta. OK. ‘Vou contactar o departamento de financas e ligo para voces.’
Depois de uma semana, nada. Voltamos a loja e ‘segunda-feira sem falta entro em contato com voces’. Passa segunda. Chega terca. Na quarta, retornamos a loja. ‘Ele tá no intervalo.’ Ficamos 25 minutos esperando o gerente voltar. Quando  o Eduardo (marido) diz ‘estamos comecando a nos estressar com essa situacao’, o gerente folgadamente dá um tapinha no ombro dele e diz ‘aguenta aí mais um pouquinho.’
Entao Eduardo me diz ‘Eu nao vou sair daqui hoje sem esse dinheiro. Eu vou quebrar tudo. Vou sair daqui arrastado.’ Depois de pedir pra ele nao fazer isso, logo comecei a mentalmente preparar minha cena rodando a baiana, porque nao iria deixar ele pagar esse mico sozinho.
Quando o gerente desceu, depois de mais uns 15 minutos e nos disse que ‘o pagamento nao foi efetuado duas vezes.’ era brinquedo atirado, gritaria daquelas com emocao, e uma pessoa que eu nao conhecia no lugar no meu calmo, calmíssimo, marido.
‘Filho, nao é gritando comigo que voce vai conseguir alguma coisa!’ FILHO.
Saímos da loja com quatrocentos e cinquenta e sete reais em dinheiro e aprendemos que: educacao e Brasil nao andam juntos e brasileiro ri, happy, da sua cara até que voce diga NAO.

Todo mundo me pergunta por que eu e meu marido voltamos a morar no Brasil e eu digo que é porque aqui tem sol; aí a pessoa me olha como se eu fosse louca e eu secretamente concordo.

bullying at school, is cool

Quando eu tinha 15 anos e mudei pra Inglaterra com a minha família,  eu achava que tudo seria ‘muito style – leia-se ‘estaile’.  
Agora esqueca todo glamour da primeira frase. O meu uniforme da escola era uma calca preta que nao favorecia a minha mera bunda e uma camisa polo azul cheguei com as mangas bem largas. Ou seja, lindo.
No primeiro dia de aula, eu fui de All Star porque meu pai nao tinha entendido a seriedade da coisa quando o diretor da escola explicou que ‘black shoes only’. Eu deveria culpar o início do bullying no meu pai, mas eu aprendi que o bullying nao é culpa de ninguém. Ele acontece e a gente sofre, lida e…segue.
No primeiro dia de aula estava nevando (mais uma pitada de glamour, porque no mínimo é o que eu mereco depois de ter relatado o uniforme), meus pais nos deixaram na recepcao e fomos levados, eu e meu irmao Pedro, as nossas salas de aula.
Primeira aula do dia: Educacao Física. Agora, gente, voces nao imaginam o meu pavor. Eu tenho medo de bola. Já tentei falar isso de outra forma, tipo, ‘tenho medo de bolas de praticar esportes’, mas o impacto é o mesmo.
Estava eu no vestiário, quando a professora veio me buscar para JOGAR BASQUETE. Minha mao comecou a suar. Quanto mais nos aproximávamos da quadra, menos ingles eu sabia. Até que chegamos. Pensei ‘se eu nao me salvar, essa bola vai me matar’. Foi quando peguei a bola da mao dela e segurando bem firme, chacoalhei e disse ‘Ball. PANIC.’
A safada deu um sorrisinho no canto da boca, mas entendeu. E assim comecou uma trajetória de ter que se virar pra sobreviver.

on a whim

Saí do banho e pensei ‘vou montar um blog’. Puta mentira.
Quando entrei no banheiro já tinha me convencido, até porque, uma grande amiga minha vive me dizendo que deve ter um monte de gente tao louca quanto eu, que entenderia pelo menos metade do vendaval que passa pela minha cabeca. Ela também disse que acha que vou ficar rica.

A verdade é que sempre tive medo de blog. E se ninguém ler? E se ninguém gostar? E pior: e se todo mundo ler? Pior ainda, gente, e se todo mundo gostar? Acho que nao vou ter ideias para continuar escrevendo e nao é possível que eu vá conseguir criar um conteúdo que tod…parando por aqui. Vou desativar essa merda.

Boa noite. Aqui em Porto Alegre sao 22:05. Meu marido e meu filho estao dormindo e a chuva continua já há mais de uma semana. Eu gosto de escrever. E hoje, nesse sábado típico da minha vida de esposa, mae e dona de casa, eu decidi que, pra mim, a escrita demanda ser publicada e entao, boa noite. Hoje é o primeiro grao de areia que divido com voces: ‘on a whim’ significa fazer algo por impulso.